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A motivação inicial


O ano era 1990, e, aos 13 anos de idade, a Copa do Mundo FIFA jogada na Itália foi o primeiro grande evento futebolístico que acompanhei com interesse (a Olimpíada de Seul em 1988 já tinha sido o primeiro evento esportivo que acompanhei mais intensamente na vida).

No clima da Copa, eu e uns amigos organizamos um campeonato de futebol de tampinhas (aquele jogo rústico onde se desliza uma tampa de garrafa virada de cabeça pra baixo por entre outras duas tampas, de forma a se evoluir o conjunto de uma extremidade a outra da mesa e se chegar ao gol adversário - a modalidade que jogamos é a da foto abaixo).

Infelizmente não me lembro quem foi o campeão, mas me lembro do trabalho que foi organizar a tabela (eu e dois amigos éramos a “Comissão Organizadora”) e da decepção por ver que, conforme alguns participantes iam ficando para trás na classificação (foi um campeonato de pontos corridos), eles iam desistindo do torneio...

Depois que o campeonato acabou, mais ou menos em Abril, veio a Copa do Mundo, vivida então por mim e meus amigos de forma intensa, como as Copas de 82 e 86 não haviam sido, porque obviamente éramos jovens demais ainda para dar atenção a aquilo.


A Copa de 90, com o futebol ruim do Brasil e a eliminação precoce para a Argentina, esfriou um pouco os ânimos, mesmo assim, lá para Setembro, havia um vazio existencial em mim por não ter uma competição para acompanhar naqueles moldes, o que me levou a querer jogar novamente um torneio como aquele de tampinhas.

Porém, após consultar alguns amigos que tinham disputado aquele torneio, e diante de 100% de negativas deles, pensei em criar meu próprio torneio, para jogar sozinho (o que contornaria as negativas deles e impediria, caso eles topassem,  as desistências, dificuldade de calendário para juntar os participantes, divergências sobre o melhor regulamento a ser aplicado, etc.) e poder vivenciar aquela experiência que, com as tampinhas, tinha sido sensacional.

Assim, depois de uns dias preparando tudo, realizei minha primeira Copa do Mundo no videogame, em um torneio eliminatório simples (mata-mata) do início ao fim, que terminou com o Brasil campeão sobre a Argentina na final. Eu havia feito a chave, sorteado os emparelhamentos, e realizado todos os jogos, e não apenas aqueles que o Brasil estava.

Importante mencionar aqui que ao se jogar esses eventos sozinho, é importante se manter neutro no que tange aos adversários, ou seja, não diminuir o nível dos oponentes para que a motivação seja mantida e a recompensa pelas vitórias seja genuína.

Depois de finalizado o torneio, e ainda comemorando o título conquistado (afinal, eu joguei com o Brasil e a final foi duríssima, vencida por 4x3 com o gol do título nos instantes finais), comecei a pensar em ter mais vezes aquela experiência, e não só com seleções, afinal, seria bem legal poder jogar com o meu time do coração o Paulista e o Brasileiro também.

Ali nasceu a ideia de criar um “calendário” de competições que eu poderia disputar e continuar a me divertir com as competições de futebol simulado.

Ainda que eu não tivesse uma ideia muito clara de “calendário”, em termos de competições propriamente ditas, eu já imaginava sequências de torneios estaduais e nacionais intercaladas por Copas do Mundo e Copas América (eu ainda não conhecia a EuroCopa).